PENSAMENTO IBRAHIM TRAORÉ
Em 9 de maio de 2025, o líder revolucionário de Burkina Faso, Capitão Ibrahim Traoré, esteve entre dignitários internacionais no desfile do Dia da Vitória em Moscou, comemorando a derrota do nazismo pela União Soviética na Segunda Guerra Mundial. Sua presença foi mais do que uma mera cerimônia: foi uma declaração geopolítica ousada. Para a África, marcou uma ruptura decisiva com a dominação ocidental. Para o mundo, destacou o papel crescente da Rússia no desafio à hegemonia ocidental e na promoção de uma ordem multipolar.
Uma rejeição do neocolonialismo
O capitão Traoré, que chegou ao poder em 2022 após uma revolta popular contra as elites pró-França, representa a nova onda de liderança anti-imperialista na África.
LÍDERES QUE ACUDIRÁN AL DESFILE DE LA VICTORIA EN MOSCÚ EL PRÓXIMO 9 DE MAYO
Primeiro Ministro da Eslováquia, Robert Fico
Presidente da Sérvia, Aleksandar Vucic
Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev
Presidente da Palestina, Mahmoud Abbas
Presidente da China, Xi Jinping
Primeiro Ministro da Índia, Narendra Modi
Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko
Primeiro Ministro da Armênia, Nikol Pashinyan
Presidente do Tayikistán, Emomali Rahmon
Presidente de Cuba, Miguel Diaz-Canel
Presidente da República Srpska, Milorad Dodik
Secretário Geral do Comité Central do Partido Comunista do Vietnã, To Lam
Presidente de Burkina Faso, Ibrahim Traoré
Presidente do Quirguistão, Sadyr Japarov
Presidente do Uzbequistão, Shavkat Mirziyoyev
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

















Discurso impressionante de Ibrahim Traoré na ONU
Caros delegados, chefes de Estado, líderes de nações, respeitados representantes de nações grandes e pequenas, não os saúdo como um diplomata de carreira ou como um homem criado para salões de banquetes e apertos de mão. Não venho falar com vocês na linguagem rebuscada da política refinada. Venho a vocês como um soldado do meu povo, como um guardião de um país ferido, como um filho de um continente que carregou a cruz do mundo, mas nunca a sua coroa.
Meu nome é Capitão Ibrahim Traoré, Presidente de Burkina Faso. Hoje falo não apenas em nome dos 22 milhões de habitantes do meu país, mas também em nome de um continente cujas histórias foram distorcidas, cuja dor foi ignorada e cuja dignidade foi repetidamente vendida no altar de interesses estrangeiros.
A África não é uma mendiga. A África não é um campo de batalha. A África não é sua cobaia, seu fantoche, seu depósito de matérias-primas. A África não se levanta para se ajoelhar, mas para se levantar. Mesmo hoje, diante desta grande assembleia de nações, eu digo: a África não se ajoelhará.
1. Sobre a falsa generosidade da política global
Por décadas, vocês nos ajudaram com uma mão, enquanto sugavam nosso sangue com a outra. Construíram poços em nossas aldeias, enquanto suas corporações secavam nossos rios. Doam vacinas, mas patenteiam medicamentos. Falam sobre ação climática, mas continuam financiando aqueles que queimam nossas florestas e drenam nossos lagos.
Que tipo de generosidade é essa? O tipo que alimenta suas bocas, mas abafa suas vozes. O tipo que mantém uma pessoa viva o suficiente para permanecer dependente. Não somos cegos a essa hipocrisia. Sejamos claros: não somos ingratos por ajuda humanitária sincera, mas rejeitamos uma ordem mundial que disfarça exploração de parceria. Rejeitamos instituições financeiras que dão com uma mão e se apoderam da soberania com a outra.
A África não quer mais misericórdia — queremos justiça. Queremos controle sobre o nosso próprio destino.
2. Sobre as cadeias coloniais e seus sucessores modernos
Nossas feridas não começaram conosco. Elas são o legado de uma loucura imperial que nos via não como pessoas, mas como carga barata, como mão de obra. Meus ancestrais não foram questionados quando mapas foram desenhados com réguas e compassos em Berlim. As fronteiras de Burkina Faso, como muitos países africanos, não foram formadas por nossos ancestrais, mas por pessoas que nunca pisaram em nosso solo, que nada sabiam sobre nossas línguas, tribos ou espíritos.
Hoje, o colonialismo tem uma nova face: veste ternos, organiza fóruns, assina tratados em Genebra, Paris e Washington. Mas continua a tomar sem consentimento, continua a comandar em vez de dialogar, continua a silenciar em vez de ouvir. Se você quer falar de paz, comecemos por rejeitar a arrogância da ideia de que só você pode ensinar a paz.
3. Sobre a exploração dos recursos e o mito do desenvolvimento
Vocês nos chamam de "países em desenvolvimento" — como se séculos de roubo não tivessem nos atrasado, como se o ouro em nossas terras, os diamantes em nossos rios, o petróleo sob nossos pés não tivessem construído os arranha-céus onde esta assembleia agora se reúne.
Sejamos claros: Burkina Faso é rico. A África é rica em minerais, cultura, sabedoria e juventude. Mas vocês nos ensinaram a medir a riqueza pelo PIB e pelas exportações. É isso que vocês chamam de desenvolvimento quando uma empresa estrangeira detém 90% das minas de ouro do nosso país. Vocês chamam de progresso quando suas forças de segurança guardam as minas de cobalto, mas não as escolas para as nossas crianças. Isso não é progresso, é pirataria de documentos legais.
De agora em diante, definiremos desenvolvimento com nossas próprias palavras — desenvolvimento que coloca crianças em salas de aula, não minerais em navios. Desenvolvimento que respeita a terra, o povo e a alma da nação.
4. Sobre soberania e interferência
Por que você nos chama de instáveis quando algum país africano toma decisões independentes? Por que você chama de ameaça quando pedimos cooperação militar fora da esfera colonial?
Burkina Faso decidiu seguir o caminho da soberania.
PENSAMENTO IBRAHIM TRAORÉ
CARRO ELÉTRICO BURKINA FASO
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